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Transição de Carreira? Como saber se é hora de mudar?

Carreira se constrói passo a passo. Não se chega ao último degrau sem dar o melhor de si em cada pequena etapa. Portanto, o maior erro que se pode cometer numa transição de carreira é ter pressa. Por Milta Rocha

Por Milta Rocha

Fazer transição de carreira pode significar mudança radical de área, ou pode significar apenas mudança de empresa, de regime de trabalho ou de forma de atuação. Trata-se de uma atitude saudável e, muitas vezes, desejável. Quando desejável pode levar o profissional a sentir-se valorizado, seguro e mais motivado para o trabalho. Se a transição é imposta, ou seja, quando aparece como necessidade e urgência, pode provocar angústia, medo, insegurança e até reações psicossomáticas.

Quando a mudança é desejável o profissional tem mais chances de ser bem sucedido, pois não precisa ter pressa e pode fazer uma auto-análise considerando interesses, experiências, formação e oportunidades. Como se sente valorizado, sua auto-estima incentiva-o a buscar algo melhor. Sentindo-se seguro, destaca-se em sua atuação e as oportunidades aparecem, com mais naturalidade.

Desejáveis ou não, as mudanças são necessárias e estar preparado para elas é sempre o melhor caminho. De início, é essencial fazer uma reflexão sobre o momento atual e sobre a trajetória percorrida na carreira. Como carreira é algo dinâmico, não se deve desprezar o que já foi construído. É importante listar as conquistas e os investimentos feitos. Em seguida, comparar com as metas e objetivos de curto, médio e longo prazo e considerar possíveis obstáculos.

Se o motivo para fazer a transição de carreira estiver assentado sobre condições desfavoráveis como a forma de se trabalhar, a falta de reconhecimento, ou mesmo a um ambiente inadequado de trabalho, preste atenção. Pode ser que a mudança de área não seja necessária. Neste caso deve-se considerar uma mudança na forma e não no conteúdo.

Mudança na forma não requer migração para outra atividade. Implica alteração na organização do trabalho, como por exemplo, regime, horário, segmento, estilos, podendo o profissional trabalhar com a mesma atividade em empresas privadas ou públicas, como profissional liberal, como autônomo, entre outros. Já a mudança no conteúdo implica novos aprendizados, pois significa fazer algo novo, diferente da atividade atual. Requer maiores investimentos como qualificação, aproximação da área, novos contatos, planejamento e, portanto, tempo.

Muitos profissionais evitam este tema. Estão mais atentos às exigências do mercado e da profissão que se esquecem de considerar que são pessoas, não máquinas. Por serem comprometidos e responsáveis acreditam que podem avançar limites, cometer excessos e abrir mão da vida pessoal. Nestes casos em que o equilíbrio vida pessoal e profissional não é respeitado, comumente aparecem sinais de desmotivação, apatia e o desempenho também acaba sendo comprometido. Sem desempenho as mudanças propostas não dependem do profissional, mas são impostas e urgentes. Como não se pode fazer muita coisa com pressa, o melhor é adotar uma postura preventiva e cuidar da carreira permanentemente.

Outra situação comum e que pode levar um profissional a querer mudar é a falta de clareza sobre os problemas. Quando a questão se refere aos relacionamentos interpessoais, por exemplo, é importante agir de maneira ponderada para manter o equilíbrio, em vez de abrir mão da posição que ocupa de modo impulsivo. Por outro lado, ¬algumas categorias profissionais são mais organizadas que outras, assim como acontece com as empresas. Se o profissional não vê boas perspectivas na empresa ou na área e se esta falta de perspectivas não depende de sua atitude, ele já fez tudo o que podia, talvez seja prudente considerar uma mudança.

Sinais de que a transição de carreira é necessária:

- Falta de identificação com a atividade desenvolvida / Falta de perspectiva / Remuneração inadequada / Falta de sentido do trabalho / Falta de motivação.

É importante ressaltar que quando falta qualificação ou capacitação, é preciso, antes de decidir pela mudança, superar estes obstáculos. Para qualquer área de atuação é inquestionável a necessidade de formação e desenvolvimento de competências específicas.

Passos para uma transição de carreira

  • Auto-análise (descubra quem você é / onde quer chegar / com que recursos pode contar / o que sabe fazer / qual é o seu sonho).
  • Pesquisa de mercado.
  • Busca de parcerias.
  • Aproximação da área de interesse
  • Qualificação.
  • Equilíbrio nas finanças.
  • Projeto de carreira.

Carreira se constrói passo a passo. Não se chega ao último degrau sem dar o melhor de si em cada pequena etapa. Portanto, o maior erro que se pode cometer numa transição de carreira é ter pressa.

Milta Rocha é consultora de carreira e professora do Ibmec.

E-mail: miltarocha@yahoo.com.br 

Sites: http://www.alcancebh.com.br



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