Palestrante Especialista em Liderança e Gestão

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Capital intelectual? Gestão do conhecimento

Da mesma forma como o capital financeiro guardado estagna e desvaloriza-se, assim também é com o conhecimento... Por Prof. João Beserra

Por Prof. João Beserra da Silva

No vasto campo dos relacionamentos humanos, o maior patrimônio é a amizade. E, no pessoal, o maior capital que o ser humano possui é o conhecimento. Contudo, da mesma forma como o capital financeiro guardado estagna e desvaloriza-se, assim também é com o conhecimento. Só tem valor quando investido. Rende dividendos, quando bem aplicado.

Como nas bolsas de valores, assim é a bolsa dos conhecimentos. Nada valem se ficarem no egoísmo pessoal. Da mesma forma como “dinheiro atrai dinheiro”, conhecimento atrai conhecimento, se partilhado, compartilhado, aplicado no interesse de outros e colocado à disposição das corporações e das comunidades, com sabedoria, pertinácia e humildade.

Um dos pontos fundamentais na Gestão do Conhecimento é a liderança. Quantas pessoas em posição de mando demonstram nada possuírem de líderes ao negarem o conhecimento dos seus comandados. Assim também, na vida pessoal e familiar. O conhecimento, se multiplicado de forma organizada, quando se torna transparente, sem sonegação, é dádiva, bênção e graça. Prospera e faz pros-perar, associando-se a empreendimentos vitoriosos. Quem sonega impostos está cometendo crime; quem sonega conhecimentos, comete injustiça e fere princípios e direitos alheios, em detrimento do bem comum e da ética humana.

Escrever, pois, um simples artigo sobre Capital Intelectual – Gestão de Conhecimento – e pretender esgotar o assunto ou deixar claras as suas lições, é presunção e prepotência. Neste mundo moderno gerir conhecimento, como capital intelectual, sem valorizar o ser humano e motivá-lo a desabrochar, é o mesmo que aplicar dinheiro bom em ação sem valor.

A Gestão de Conhecimento, ao se utilizar o capital intelectual, deve agir como a indústria da in-formática e definir como fator preponderante a velocidade e o encantamento com a novidade dos bene-fícios. Passamos as épocas demoradas e enfadonhas das circulares, dos comunicados, das mensagens via telex. Hoje, somos movidos pelas mudanças dentro das próprias mudanças, cuja única certeza é a mudança. Portanto, os processos da Gestão de Conhecimento de modo algum poderão ser lentos e demorados; devem ser ágeis, embora refletidos e amadurecidos.

Assim, seguindo esse caminho – o da velocidade – e outro seria incorrer no erro de chegar depois, a pessoa na gerência de conhecimentos, sejam pessoais ou coletivos, deve possuir a condição indispensável da serenidade e do poder desenvolvido da intuição. Em um dos nossos livros a respeito da gestão de conhecimento no gerenciamento das relações humanas para a produtividade e para a rentabilidade, falamos da capacidade para ouvir a voz interior. As mais importantes decisões que beneficia-ram a Humanidade foram tomadas em segundos.

Idéias são conhecimentos, mas o dinheiro está desprovido do poder de criar idéias; mas, as idéias criam dinheiros, fortunas, transformam países, nações, o próprio mundo. As idéias brotam no espírito humano e são como tumores no físico que precisam sair. Idéias fantásticas, quando brotam do espírito de pessoas igualmente fantásticas necessitam ser postas em prática imediatamente. No dizer de Shaskepeare, ação é eloqüência. Há muita gente sonegando idéias e protelando decisões. Vão pagar pelo crime de matar no nascedouro a fonte do saber. Infelizmente, muitos “chefes” agem assim com receio de perder o posto.

Ao contrário, na Gestão de Conhecimentos, onde estiverem presentes o respeito, o amor, a confiança, a solidariedade, o espírito de parceria, o conjunto, a consciência formada no “nós”, distanciada do “eu”, o líder vai fomentar o maior banco de talentos. Porque o talento é como a água, quanto mais se usa mais a fonte dispõe para oferecer.

Então, profissionais de Recursos Humanos, lembrem-se de que a qualidade total, tão apregoada nos tempos modernos, sem a qualidade pessoal é verdadeira falácia, é um engodo, que se esconde a-trás de algumas formas de ISO, que só servem para enriquecer consultores inescrupulosos. Qualidade é efeito, conseqüência de algo que a precede. A preocupação exagerada com a qualidade final pode transformar-se em psicose coletiva, em detrimento do essencial que é a qualidade pessoal.

Antes do profissional e do produto, até mesmo da própria empresa, está a pessoa humana, em todos os níveis. Qualquer programa de recursos humanos que descuide dela está bem distante de alcançar resultados duradouros. Cuidado com imensas listas de como gerir conhecimento ou administrar capital intelectual, se permanecerem alheios à Motivação Humana. Se desse jeito o for, o Capital Intelectual fica como semente esmagada, seca ou mofada e sem água. Para gerir o conhecimento humano é preciso que os líderes despertem para a magia do elogio, para o trinômio milagroso da eficiência.

Quem se descuida da pessoa, perde o profissional. A pessoa e o profissional são inseparáveis. Malgrado sejam uma só, quem se apresenta primeiro é a pessoa. Tanto no vendedor quanto no diretor; tanto nas funções mais simples quanto nas mais complexas. Tanto nos poderes temporais quanto nos religiosos, a pessoa está acima de tudo.

Está também no cliente, que antes de ser consumidor ou usuário de serviços, é pessoa humana. Está nos cargos públicos, nos ministérios, na magistratura, no professorado, na polícia e nos campos de esportes. De igual maneira, nos religiosos, e em todas as atividades.

O caráter é indelével e indissociável da pessoa. As características pessoais agregam-se às do profissional. Mas, vale ressaltar mais uma vez, um e outro estão no mesmo ser, sem se apartarem. Devem estar unidos, intrinsecamente ligados. Desconhecer essas premissas é o mesmo que afirmar nada saber acerca de gerenciar ou administrar. A vida é uma escola e o ser humano é uma universidade.

Se a pessoa é dotada de boa índole, de caráter bem formado, de estrutura familiar sólida, de amor à vida, de vontade de servir, de garra, com evidência, esforça-se para ser profissional de renome com o fito de bem servir à comunidade, por meio de seus predicados em todas as suas atribuições. Aliás, já de per si, são passos essenciais para essa escalada. São regras alheias aos ensinamentos das Escolas de Administração e dos tão propalados MBA, que se distanciam desses princípios. De onde o participante sai com vastos conhecimentos, sem os inerentes à pessoa humana; por conseguinte, sem capital algum, porque lhe falta entender que o amor é fonte de prosperidade.

Um diretor que seja reconhecido pelo gabarito, pelo tirocínio e pela capacidade de tomar decisões, mas cujo valor como pessoa seja mínimo, apresenta-se pela metade, fracionado, sem o seu poder integral. Falta-lhe magnetismo pessoal assaz importante para ser mais completo. Portanto, a pessoa, como ser humano, deve ser total.

Quão bom e agradável é perceber que a capacidade de alguém se ressalta e se impõe por valores invisíveis, mas marcantes como a amabilidade, a sociabilidade, a cortesia, as boas maneiras, o respeito, a firmeza, a objetividade e a devoção àquilo que executa. São moedas desse fabuloso capital intelectual. Talvez alguém diga que são valores espirituais. Vive a pessoa humana sem eles? É possível administrar conhecimentos sem eles?

É gratificante levar a efeito tarefas para quem, acima do seu cargo, coloca o amor pelo que realiza e como o faz na relação com as demais pessoas. Nem se nota o seu posto, pois se apresenta antes a sua educação e a maneira amistosa de colocar os seus desejos e as suas vontades. É uma questão de liderança. E quando, no cômputo geral, transferimos essa reflexão para os nossos pelos exemplos pessoais? É uma pergunta para você refletir...

Qualquer que seja a sua posição na sociedade e na empresa, adote essa postura de se voltar antes e muito mais para a sua pessoa, como gente, como ser humano. Como superior ou comandado, agindo desse modo, os resultados serão outros. E o mundo, muito melhor!

O mundo assim constituído será muito mais feliz, mais promissor e agradável de se viver. Dirigiremos melhor e seremos melhor orientados, tanto em nível governamental, quanto nas empresas e em nossas casas. E vamos perceber que o capital chamado conhecimento rende mais quando aplicado e gerido dessa maneira saudável e compartilhada.

Prof. João Beserra da Silva - Autor dos livros: "Você Vale a Pena", "A Caminho da Excelência" e "Um Convite à Vida".

E-mail: solucoesemrh@itelefonica.com.br ou solucoesemrh@hotmail.com

Site: http://br.geocities.com/professorbeserra



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