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O pacto da mediocridade e o mercado de trabalho

Características como ética, atitude, responsabilidade e honestidade, entre outras, não são desenvolvidas em sala de aula. E é aí que muitos profissionais estão pecando. Por Fabiano Dell'Agnolo

Por Fabiano Dell’Agnolo

Recentemente li o desabafo da uma amiga com relação à dificuldade em se conseguir emprego e à pouca valorização que as empresas dão aos profissionais. Isso me fez refletir um pouco sobre o assunto.

Penso que muitos profissionais têm se preocupado muito com as qualificações acadêmicas, e pouco com o desenvolvimento pessoal propriamente dito.

Por que digo isso?

Freqüentemente temos nos deparado, na empresa onde trabalho, com dificuldade em contratar pessoas com o perfil necessário. Tem muita gente formada e com diploma na mão! Desempregada. No entanto, quando essas pessoas chegam para uma entrevista, não demonstram uma postura adequada. Ou em alguns casos até se saem bem na entrevista, mas no período de experiência não apresentam bom desempenho.

Características como ética, atitude, responsabilidade e honestidade, entre outras, não são desenvolvidas em sala de aula. E é aí que muitos profissionais estão pecando.

Em certa ocasião, um gerente amigo meu, com dificuldade em preencher uma vaga desabafou: "Fabiano, se a pessoa não tem as qualificações técnicas, ‘isso não é tanto problema’, nós a colocamos em um treinamento específico e logo estará habilitada, mas quanto às características pessoais... aí é difícil!". Esse exemplo mostra claramente que há uma lacuna entre o que se aprende nas escolas e universidades e o que o mercado de trabalho realmente exige.

Concordo que há muita exploração, e que a oferta de mão de obra é muito maior do que a procura, possibilitando aos empresários "sugar" os profissionais. Essa é uma realidade. Contudo, em paralelo a isso eu vejo uma outra realidade. Vejo que muitas pessoas ingressam na universidade acreditando que será a “solução aos seus problemas" de emprego, estabilidade etc. E pior ainda, vejo muito pouco empenho da maioria dos alunos em aprender de fato. Em aumentar a capacidade e o conhecimento. Pouco empenho em aproveitar as oportunidades que as universidades disponibilizam. A grande maioria está ali para fazer o "arroz com feijão" e muito mal. Essa prática apenas forma profissionais medíocres (o que esta cheio no mercado). A maioria dos alunos não tem o hábito de ler, de buscar conhecimento por si só.

É o tão conhecido "Pacto da Mediocridade" imperando. O professor faz de conta que ensina, o aluno faz de conta que aprende, o aluno recebe o canudo (sem estar qualificado), e o professor recebe seu salário sem se esforçar muito. Pronto! Estamos todos “felizes”.

Porém o mercado não aceita essa prática, o mercado é exigente, e quer resultado. Sim, resultado!!! O mercado quer gente que faz e que sabe o que faz. Gente com atitude e com postura adequada. Gente que arregaça as mangas e faz acontecer e que não tem dificuldade em aprender.

Fabiano Dell’ Agnolo – Administrador de Empresas, Analista de Gestão da Qualidade, Alpinista e Palestrante.

E-mail: equipenotopo@yahoo.com.br



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