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Você tem amor pela sua empresa?

Neste domingo tive a oportunidade de assistir a um show de dança folclórica e vibrei com a qualidade e a beleza do show. Por acaso as pessoas que me acompanhavam conheciam vários dos integrantes do grupo que fez a melhor apresentação. Por David Carlessi

Por David Carlessi

 

Neste domingo tive a oportunidade de assistir a um show de dança folclórica e vibrei com a qualidade e a beleza do show. Por acaso as pessoas que me acompanhavam conheciam vários dos integrantes do grupo que fez a melhor apresentação. Um verdadeiro espetáculo.

 

Conversando com esses integrantes, soube que, pouco antes de iniciar a apresentação, um dos principais integrantes havia praticamente arrancado a unha de um dos dedos do pé ao sofrer um pequeno acidente.

 

Detalhe, o grupo dançou descalço. E pelo que soube, essas histórias de contusões são comuns entre os dançarinos. Alguns deles que tiveram acidentes durante a fase de preparação iam ao ensaio de muletas, com a perna engessada ou até mesmo de cadeiras de rodas, mas não perdiam os ensaios.

 

E por que? Por que tanto empenho, por que tanto comprometimento? Por que tanto entusiasmo?

A resposta me parece óbvia: eles amam o que fazem, amam seu grupo, amam sua atividade.

 

Calma, calma! Ninguém quer que você venha trabalhar acidentado, ou mesmo que se acidente durante, antes ou após o trabalho. Não estamos falando daquele amor de cinema, poético, do amor que une os casais, etc, etc. Estamos falando de dedicação, de comprometimento, de entusiasmo pelo trabalho, pela empresa na qual e para a qual trabalhamos.

 

Aquele grupo de dança sabia que havia uma platéia com mais de cinco mil pessoas esperando pela apresentação deles. Cada integrante sabia que sua presença no palco era importante, fazia diferença, embora fossem muitos.

 

Cada integrante sabia que o seu papel, bem executado, faria diferença para que outros executassem o papel deles, no grupo. Cada dançarino sabia que sua participação era fundamental para o resultado final. Cada um deles sabia que era responsável para que a atuação do outro desse certo. E cada um estava ali não por que era obrigado, por que tinha que dançar. Cad dançarino fazia seu trabalho, seu papel por dedicação, por amor.

 

Bem, isso tudo é muito bonito quando se está dançando, quando se faz algo por lazer. Mas será que isso se aplica no trabalho?

Sim, se aplica. Os exemplos das empresas de sucesso mostram nitidamente isso.

 

Quando trabalhamos com comprometimento (amor) pelo nosso trabalho, pela nossa empresa, nossos comportamentos mostram claramente isso:

 

1) O sucesso exige dedicação, esforço, concentração. Costumamos aplaudir o campeão quando ele ganha o troféu. Dificilmente alguém olha o tempo que ele investiu para melhorar cada detalhe, para trabalhar cada movimento. Os profissionais e as empresas de sucesso agem da mesma forma. Trabalham com qualidade cada vez melhor, buscando melhorias contínuas.Pequenas e contínuas.

 

2) Nos comportamos como membros de uma equipe, uma grande equipe, onde o que interessa é o sucesso da empresa, o bom atendimento do cliente e não o meu sucesso pessoal ou o sucesso da minha área. Por mais simples que seja meu trabalho, mesmo que eu não “apareça”, meu trabalho contribui para o todo, para o atendimento ao cliente. É importante lembrar sempre que nós precisamos do cliente e não ele de nós

 

3) Lutamos por economizar cada centavo, ganhar cada centavo. Quando pensamos assim, a empresa ganha e cresce, o que nos beneficia em todos os sentidos.

 

4) Lutamos para assegurar nossa posição no mercado, nosso espaço frente à concorrência, nosso espaço na cabeça e no coração dos nossos clientes. Quando lutamos internamente, uns contra os outros, procurando nos mostrar melhores e mais importantes, quem perde é a empresa, o cliente, e quem ganha é a concorrência.

 

5) Contribuímos para que todas as áreas sejam melhores. Oferecemos e aceitamos sugestões de melhoria. Quando existe amor, nós, sinceramente, queremos ver o outro melhor, queremos que todos acertem e tenham sucesso. Não é isso que ocorre na sua vida pessoal?

 

6) Usamos nossa razão, nosso mental, nosso cérebro no trabalho. Mas usamos também nosso coração. Se assim não for, nossos relacionamentos sofrerão da falta de respeito, da falta de consideração, da falta de humanidade. E, ninguém, consegue conviver num ambiente onde estes fatores não estão presentes. Nos tornamos ríspidos e improdutivos. Afetamos a produtividade, a motivação, a satisfação e o prazer pelo trabalho. Ah, bom humor também faz parte,

 

7) Ninguém espera ser cobrado, ser mandado para agir. Toma a iniciativa, é pró-ativo, quer fazer, melhorar, evoluir. Ainda mais, não olha apenas para o “seu pedaço”. Olha a empresa como um todo e se preocupa para que todos trabalhem bem, atendam bem o cliente, satisfaçam o cliente. Afinal, se não trabalhamos diretamente para o cliente, trabalhamos para alguém que o faz.

 

8) Trabalhamos com entusiasmo, o que significa ter prazer, satisfação, garra, vontade pelo trabalho que realizamos. A palavra entusiasmo vem da palavra grega “En Theos”, que significa ter Deus dentro de si. Precisa dizer mais alguma coisa?

 

Podemos aprender muito com um grupo de dança. Também podemos ensinar muito. Depende como cada um de nós se posiciona, depende de como cada um de nós se compromete com a empresa, com o trabalho, com os colegas e com o cliente. Depende de como cada um de nós coloca amor naquilo que faz.

 

David Carlessi é psicólogo, já exerceu funções executivas de Recursos Humanos em várias organizações nacionais e multinacionais e atualmente atua como consultor de Recursos Humanos, com foco no desenvolvimento estratégico de pessoas e organizações. Tem diversos artigos e entrevistas publicados.

 

E-mail: david@comporconsultoria.com.br

 

Site: http://www.comporconsultoria.com.br 



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