Palestrante Especialista em Liderança e Gestão

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Beijando Sapinhos - A Gestão do Desenvolvimento

Uma corporação, para crescer e se desenvolver, deverá multiplicar seu volume de negócios. Por Scher Soares

Por Scher Soares

Nas minhas atividades como consultor, quando me perguntam sobre a minha especialidade, eu afirmo: “Beijar Sapinhos”. Diante de uma reação às vezes espantada, e no mínimo curiosa, eu explico: Beijar sapinhos nada mais é do que o planejamento que levará ao desenvolvimento da sua organização. Equivale a reconhecer, treinar, desenvolver e investir, nos prováveis futuros gestores da corporação nos anos vindouros.

Como afirma o guru da liderança Stephen Covey em seu novo livro: “Muitas empresas ainda não perceberam a principal mudança ocorrida nesta virada de milênio: seus principais ativos deixaram de ser os equipamentos e passaram a ser as pessoas. Com isto, tudo deve mudar. Uma das novidades é o fato de as empresas precisarem instalar sistemas que tratem seus funcionários como investimento e não como despesa. Devem ainda, entender que necessitam encontrar as pessoas certas, de acordo com a estratégia e pensando no longo prazo”.

Assim, na era da informação, corporações que desejarem crescimento e expansão, deverão empenhar-se em um planejamento eficaz; deverão definir seus objetivos e metas em longo prazo e entender que medidas e ações estratégicas deverão ser consideradas a partir de então. Definido o plano de expansão, é hora de buscar congruência entre as habilidades do grupo e as necessidades constantes nos objetivos propostos. É nesse estágio, alerta Covey que muitas organizações no intuito de acelerarem o processo de valorização das pessoas, confundem-se entre o modelo eficaz, que produz velocidade na conquista de resultados, e o que ele chama de modelo “politicamente correto”, no qual somente as pessoas que já fazem parte da organização passam a constituir o banco de talentos da mesma. Em função disso, somam-se os casos de profissionais que ficam para lá e para cá, em uma tentativa de encontrar o cargo compatível com suas habilidades, em detrimento dos negócios da companhia.

Por conta disso, Covey orienta: “Fique atento ao talento, não importa onde ele esteja”. Uma das habilidades mais exigidas daqui para frente será a de atrair, desenvolver e reter talentos. O desafio de uma nova era.

Portanto, se você decidiu ser um dos príncipes pioneiros, observe esta dica: Na hora de procurar fique atento àqueles sapinhos que sabem do seu potencial para príncipes e que expressam em suas atividades paixão e talento. O sapinho que gosta de expressar sua paixão e seu talento, decerto poderá estar sapo, porém com coração de príncipe e se nos preocupamos tanto com o CRM – Customer Relationship Management, que vem a ser o gerenciamento do relacionamento com o cliente, que tal começarmos a aplicar o TRM – Talent Relationship Management, por sua vez – Gerenciamento da Relação com o Talento – O seu programa de retenção e fidelização de talentos.

Refletindo a respeito do conceito de TRM – Gerenciamento do Relacionamento com o Talento, percebemos que muitas empresas habitualmente designam os profissionais para os cargos e depois sonham em chegar a certo objetivo. Quando na verdade, um planejamento eficaz seria definir o objetivo macro da organização e a partir deste objetivo, estruturar os objetivos verticais e horizontais, alocando em cada área o profissional habilitado a geri-la com paixão, através de uma autonomia dirigida e de constantes reuniões de avaliação de etapas.

Apesar de parecer simples, este processo costuma convergir, amputado pelo equivocado argumento do senso de urgência e em detrimento do talento e da habilidade; Aliás, um mal que assola uma significativa parte das corporações no Brasil, é o fato de que ao atingirem um determinado tamanho, elas costumam convergir, perdem um pouco do calor e da personalização com a qual conduziam suas equipes e seus negócios e passam a seguir sempre para o mesmo ponto.

Uma corporação, para crescer e se desenvolver, deverá multiplicar seu volume de negócios. Deverá lançar novos produtos, embrenhar-se em outros segmentos, expandir sua área de atuação. Tudo isso requer muito planejamento. À medida que isso acontece, ela aumenta de tamanho e este aumento de tamanho requer acompanhamento e gestão específicos.

Assim, se você exerce um papel de liderança na sua corporação, pense nos objetivos que deseja atingir nos próximos cinco anos. Verifique o perfil de habilidades necessárias baseando-se na sua congruência com estes mesmos objetivos. Se você pretende crescimento, considere na sua procura, pessoas que tenham capacidade de inspirar os demais, de criar uma visão individual dentro de uma visão coletiva. Defina quem serão os príncipes encarregados de beijar continuamente todos os sapinhos da sua organização, tornando-os novos príncipes.

A metáfora de príncipes e sapinhos diz respeito a como a influência do ambiente, se negativa, pode aos poucos ir transformando-nos de príncipes em sapos; esta influência negativa, pessimista, ataca a nossa auto-estima, auto-confiança e entusiasmo. Nos tornamos refém de padrões limitadores e passamos a aceitar a média como padrão de desempenho e performance, em função das mensagens que nos são lançadas por bruxas e feiticeiras de pessimismo, falta de perspectiva e limitação. A falta de objetivos claros, de coaching e de feedback contribuem para a nossa permanência nesse estágio e para que possamos romper este padrão, é necessário criar novos padrões fortalecedores e padrões de realização.

Recentemente, procurei amigo do mercado para estabelecermos uma conversa sobre o cenário atual, percepções e questões ligadas ao mercado. Este citou a famosa “correria” como motivo da sua impossibilidade para realizar tal atividade, sugerindo transferirmos a conversa para um outro momento, assim que passar esta época. Assim eu pergunto, “quando é que vai passar a correria? quando é que se esgotarão as prioridades? A resposta é: nunca, isso tudo nunca vai mudar, o que pode mudar sim, é a maneira como lidamos com o volume de atividades e que atitudes tomamos diante deste cenário. Parar para pensar é uma atitude sábia e que pode levar a descoberta de meios mais eficazes no processo de gestão.

Então pare e pense! Quais são os padrões limitadores que você tem de quebrar dentro da sua organização? Qual é o cenário futuro que você projeta e quais medidas estão sendo implementadas agora para que se consiga atingir este objetivo? Quem serão os líderes no futuro? E quem serão os sapinhos que você precisar beijar agora?

É só começar!

Um abraço e muito sucesso sempre.

Scher Soares

Scher Soares é palestrante e consultor de treinamento da Triunfo Consultoria, Palestras e Treinamentos, uma empresa de soluções e resultados em treinamento.

In Memorian

Site: www.scher.com.br



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