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No final da batalha o importante é ter história para contar

Não querendo mudar o significado das palavras, pobreza para mim é sinônimo de falta de vontade, não sonhar, não correr atrás de seus objetivos, resumido: pobreza é cruzar os braços para o mundo. Por Denerval de Souza Frois

Por Denerval de Souza Frois

Estava cursando o terceiro ano do segundo grau, realidade que já me deixava muito contente e orgulhoso, para mim eu era uma pessoa importante, afinal eu estava me formando. Éramos uma turma muito legal, composta por mais ou menos 30 alunos, alguns tinham a condição financeira bastante satisfatória, o que faria daquela conquista simplesmente o primeiro passo de uma longa caminhada, enquanto para mim já era o topo da minha conquista e realização em termos de estudos.

Era uma das últimas aulas que estávamos assistindo, que por sinal a matéria era física, quando o professor estava fazendo o discurso final, parabenizando a turma pela formatura e desejando-nos boa sorte no novo caminho que cada um de nos iríamos escolher dali para frente, quando de repente ele pergunta quem tinha planos de continuar estudando. Ou melhor, quem iria cursar uma faculdade.

Lembro-me como se fosse hoje, porque existem acontecimentos em nossas vidas que nunca iremos nos esquecer, somente eu e mais uns três ou quatro permanecemos em silêncio e sem se manifestar, pensei comigo, faculdade? Isto é coisa para rico, e afinal quem seria eu para entrar nesta elite de privilegiados, e depois já estava bom demais, eu já era um cara formado, e só pensava em conseguir um emprego que me pagasse pelo menos um salário mínimo.

Hoje percebo o quanto estava enganado, por pensar que existia coisas que somente os ricos poderiam fazer, e não querendo mudar o significado das palavras, aprendi que pobreza é sinônimo de falta de vontade, não ter sonhos, não correr atrás de seus objetivos, resumido: pobreza é cruzar os braços para o mundo e para o sucesso. Já uma pessoa rica classifico como uma pessoa cheia de vontade, de objetivos e planejamentos, enfim, uma pessoa rica é aquela que sonha, acredita e corre atrás dos seus idéias.

Que coisa engraçada, como a gente cresce e muda os conceitos, ou melhor, muda a forma de analisar as coisas e de interpretar a vida, o que para mim na minha época de infância era sofrimento, hoje se tornou orgulho e está virando historia, lembro – me que era segunda-feira e como de costume recebia de meu pai a mesada para o resto da semana, este dinheiro tinha como objetivo financiar o meu lanche até sexta-feira, mas, por infeliz sorte o dono do bar em frente a escola fez um lançamento de chup chup de abacate, e como o sabor estava irresistível gastei toda a minha mesada no primeiro dia da semana, resultado: tive que ficar quatro dias sem poder sair da sala na hora do recreio. Hoje, acho graça em contar, mas, não queiram imaginar o quanto eu sofri no decorrer destes quatro dias.

Outro fato que carrego comigo e gosto de contar para meus amigos sempre que tenho a oportunidade, é que eu tinha o costume de dividir com meu primo a aquisição de uma garrafa de refrigerante, como era desgastante e complicado na hora de fazer a divisão, nós colocávamos os copos bem juntos um ao outro e pedia para o dono bar fazer a divisão perfeita para que nenhum de nós ficássemos no prejuízo, enquanto ele ia executando esta difícil tarefa nós ficávamos afastados mais ou menos uns dois metros de distância de olho nos copos para termos a certeza que a divisão estaria exata. Hoje, para quem houve esta história parece uma tarefa simples de resolver, mas para nós naquela época, era motivo para uma grande desavença se sentíssemos que estaríamos ficando no prejuízo.

Então, é baseado nestas simples historias que aprendi a administrar minhas finanças pessoais, administrar uma empresa e investir nos meus objetivos, afinal gastar toda a minha mesada com chup chup de abacate no primeiro dia da semana foi uma grande falta de planejamento por minha parte, eu agi por impulso, pensei só naquele momento e esqueci que a semana ainda tinha mais 4 dias pela frente, hoje graças a este acontecimento eu aprendi que devo planejar para agir e executar e nunca fazer o contrário, porque se não o excesso de hoje pode fazer falta para o amanhã. Com a divisão da garrafa de refrigerante eu aprendi a dar valor e brigar pelo que é meu, aprendi também a respeitar o que é do outro e só querer aquilo que me pertence. Nas nossas vidas adultas e até nas grandes corporações também funciona desta forma, só que em maiores escalas e em maiores valores, mas a regra funciona da mesma forma.

É baseado nestes princípios, que hoje possuo mais três diplomas de grande importância e para quem acreditava que aquele momento era o final da batalha até que não está ruim, e ainda tem mais, hoje tenho certeza que só estou no começo da batalha e para continuar construindo minha história, preciso ser uma pessoa rica, rica em sonhos, planejamentos e acreditar sempre que serei capaz de realizar tudo aquilo que eu desejar. Quando eu falo em sonho, não é sonhar com pouca coisa não, é sonhar alto, sonhar em atingir o máximo possível, porque sonhar não paga imposto, ainda.

Denerval de Souza Frois é mestrando em Administração de Empresas pelo Instituto Novos Horizontes. Contador, especialista em Auditoria Externa pela UFMG e MBA em Controladoria e Finanças pela FGV. 

E-mail: denerval.frois@bol.com.br  



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