Palestrante Especialista em Liderança e Gestão
Atualmente, para obter os resultados o Gerente moderno precisará compreender que as pessoas possuem aspirações na vida. Por Julio César S.Santos
Por Julio Cesar S. Santos
Desde a época da Escola de Relações Humanas de Elton Mayo já se sabe que, dentro das empresas, além de máquinas, também existem pessoas, as quais têm diversos sentimentos e diferentes reações aos estímulos motivacionais que lhes são atribuídos. Dessa forma, o jeito de tratá-las determinará como você será tratado.
Diante disso, a primeira regra de um Gerente moderno é tentar obter uma visão otimista sobre seus colaboradores, pois isso tende a criar pessoas mais colaborativas – afirmam alguns estudiosos em Comportamento Organizacional. Outros - mais radicais – afirmam que “se você tratar seu funcionário como um cachorro, não tem jeito, mais cedo ou mais tarde ele vai lhe dar uma mordida”.
Até a poucos anos gerenciar significava obter resultados através das pessoas. Porém, as Relações Humanas foram se desenvolvendo e, atualmente, para obter os resultados o Gerente moderno precisará compreender que as pessoas possuem aspirações na vida. Conforme especialistas, essas aspirações costumam variar de indivíduo para indivíduo, mas apenas para simplificar podemos reduzi-las a duas:
Sendo assim, pode-se perceber que a arte de gerenciar pessoas nas organizações exige muita criatividade do Gerente, pois em vez de controlá-las é preciso energizá-las, buscando atender suas expectativas e aspirações mais complexas. Portanto podemos afirmar que a principal função de um Gerente moderno é “energizar” as pessoas. E, nesse caso, energizar significa atender ás aspirações complexas dos funcionários.
Mas, antes de energizar as pessoas o Gerente deve conhecer um outro aspecto sobre as características pessoais dos futuros colaboradores. Trata-se do “sentido de prontidão” das pessoas, pois existem funcionários que estão “prontos” e os que ainda não estão. Ou seja, aqueles que estão prontos têm experiência técnica no ramo – eles são funcionários experientes. E os que têm pouca prontidão são os funcionários inexperientes.
Sendo assim, ao cruzarmos essas duas variáveis – aspirações e prontidão – encontramos quatro (4) tipos de funcionários. E, antes da próxima análise, é necessário afirmar que as pessoas tendem ser muito mais complexas do que apenas quatro (4) tipos. Mas, apenas para compreendermos melhor a forma de tratá-las – gerenciá-las – vamos classificá-las em grupo de quatro tipos:
A) Os Aprendizes: Perfil – São aqueles funcionários inexperientes e que só possuem aspirações simples, os quais – na sua maioria – obtêm o primeiro emprego. Eles não têm experiência alguma e preferem trabalhar apenas por ser perto de casa e pelo pequeno salário. Tratamento – trate-o com pouca flexibilidade, informando-o detalhadamente o que fazer e conferindo se as tarefas foram realizadas conforme o escrito. Ou seja, o Líder deve usar uma supervisão rígida.
B) Os Frios: Perfil – São aqueles funcionários que até têm experiência técnica, mas possuem aspirações simples. Ou seja, eles não estão energizados ou motivados a alcançar suas aspirações. Eles sabem trabalhar, mas não vibram com isso porque talvez tenham sido punidos na sua criatividade – em empregos anteriores. Tratamento – O Líder deve envolvê-lo nas decisões do setor, fazendo-o sentir-se importante e aumentando sua auto-estima. Na verdade o cuidado do Líder não deve ser técnico, mas humano. Esse tipo de funcionário precisa de envolvimento emocional e o Líder deve estimulá-lo a ter “a coragem de errar”. Não estamos estimulando o erro freqüente, mas a tentativa da inovação pode levar às pessoas ao erro e isso não deve ser reprimido para esse tipo de funcionário.
C) Os Potenciais: Perfil – São aqueles que, embora não tenham experiência, têm aspirações complexas. Ou seja, eles estão energizados, motivados e com vontade de crescer (é o “sonho” de todo Gerente). Eles têm iniciativa e garra, mas ainda não estão prontos porque não têm experiência. Tratamento – Na verdade, talvez seja necessário o Gerente conter um pouco esse ânimo para que o funcionário não cometa erros infantis. Eles precisam de treinamento, instruções claras e acompanhamento técnico. Além disso, ele deve ter envolvimento com os mais experientes para assimilar conhecimentos e habilidades.
D) Os Empreendedores: Perfil – São aqueles que têm muita experiência técnica e aspirações complexas. Ou seja, são funcionários que estão prontos, energizados e motivados. Tratamento – Esse tipo de funcionário não deve ser tratado com rigidez, controle ou cobrança por resultados. Trate-o com “agradinhos” e ele ficará “doente”, pois sua energia vem dele e não de você. Eles precisam de desafios, tarefas difíceis e participação nos resultados. Dessa forma o Líder deve envolvê-lo nas decisões, dando-lhes autonomia porque os empreendedores são capazes – em muitos casos – de fazer melhor que o próprio Líder.
Porém, O Gerente não pode se conformar em ter na sua equipe apenas funcionários classificados como aprendizes, frios ou até mesmo os potenciais. Na verdade, seu principal objetivo deverá ser o de transformar todos eles em empreendedores, pois assim o Gerente cuidaria apenas da estratégia da sua empresa.
Julio Cesar S. Santos é professor, consultor, palestrante, ministra treinamentos e é co-autor do livro “Trabalho e Vida Pessoal – 50 Contos Selecionados”.
Site: www.profigestao.blogspot.com